24 de agosto de 2023
O PIX é, atualmente, o método de pagamento mais utilizado no Brasil. Em razão da facilidade e rapidez na realização da transação, pela ausência de burocracia, a modalidade vem ganhando popularidade entre os estelionatários que, valendo-se de brechas de segurança, utilizam o PIX como meio principal para a aplicação de golpes financeiros online.
Recentemente, diante desse cenário, observou-se o crescimento de uma nova modalidade de fraude em mais um esquema criminoso, que se vale de uma paixão comum: o desejo de viajar. Nessa modalidade, os viajantes, sempre em busca de passagens aéreas a preços atraentes, caem em uma verdadeira armadilha, pois acreditam que estão efetuando a reserva das passagens, por meio de agência de viagens idôneas, quando, na realidade, não se dão conta que há uma pessoa física por trás das negociações e não há qualquer reserva sendo comercializada, mas tão somente um criminoso aguardando um depósito bancário via PIX.
Essa modalidade de fraude é realizada mediante uma falsa oferta, por meio da qual a vítima é atraída, normalmente, por meio de anúncios ilusórios, divulgados nas redes sociais, que oferecem passagens aéreas por valores muito abaixo do normalmente praticado, fazendo com que os consumidores acreditem que estão diante de uma oportunidade única, quase que irrecusável, por assim dizer.
Os estelionatários utilizam técnicas de engenharia social, de modo a persuadir a vítima, visando a ação humana impulsiva, para que a negociação seja finalizada, com a transferência do montante via PIX. Ou seja, com suas técnicas bem ensaiadas, os criminosos se empenham para passar credibilidade e convencer as vítimas a transferir o valor de forma voluntária, por um pretexto falso.
A propaganda costuma aparecer em redes sociais e ser acompanhada por um link, que direciona a vítima ao Whatsapp, ferramenta utilizada para a aplicação do golpe. Em seguida, a suposta agência de viagens deixa claro que somente trabalha com o método PIX, para a retribuição financeira do serviço prestado à vítima, dispensando qualquer outra modalidade de pagamento que possa ser intentada pelo consumidor.
Vale dizer que a dispensa às outras modalidades de pagamento é premeditada, já que permitiria ao consumidor lesado solicitar o cancelamento da transação junto à instituição financeira, diferente do que ocorre com o PIX.
Uma vez realizada a transferência, existem dois possíveis cenários: na primeira hipótese ocorre o bloqueio do contato da vítima, via Whatsapp e demais redes sociais e, portanto, interrupção de qualquer ligação imediata entre a vítima e o suposto atendente da agência de viagens, aplicador do golpe. Já o segundo caminho é ainda mais ludibrioso. O golpista chega a criar uma reserva de passagens junto à companhia aérea, todavia, sem efetuar qualquer pagamento para a empresa. De modo a conferir maior credibilidade ao consumidor, logo que a reserva é gerada, o suposto agente de viagens envia o código localizador da reserva ao comprador, o que o leva a fazer o PIX diretamente para a conta indicada. Ou seja, após receber o valor em conta, o golpista, por óbvio, não repassa os valores para a companhia aérea, fazendo com que a reserva seja cancelada por falta de pagamento.
Nesse último caso, nota-se a manutenção da farsa até o momento do embarque, ocasião em que a vítima é surpreendida, logo ao chegar no aeroporto, ao se dar conta que não foi emitida nenhuma passagem aérea em seu nome.